Há alguns dias tivemos a surpresa de ver que a Netflix havia adicionado ao seu catálogo uma nova leva de conteúdos, dentre os quais, uma tal de Wednesday, que é novidade para muitos, o nome da Wandinha Addams é esse, então seria uma série sobre a família das trevas mais querida que existe.

Com um enredo simples, porém profundo, somos apresentados a uma Wandinha mais velha, como as da animação dos anos 90, porém, com um ar mais gótico e mais ácida, também. Logo no primeiro episódio vemos que ela é acusada de tentativa de assassinato por jogas piranhas em uma piscina, o comentário dela é que ela ficou triste pois se ela realmente fosse acusada todos saberiam que foi uma tentativa e ela falhou. 

E esse tom de humor ácido, mórbido e trevoso dura a série toda, inclusive em seus relacionamentos pessoais, ela acaba tendo que mudar levemente ou melhor, amar do seu jeito estranho e proteger quem ela ama para que o mistério fosse solucionado ao mesmo tempo que ela continuasse na escola e em “paz” com todos.

O desenrolar da trama é bem fluido, não deixando muitas pontas soltas, mesmo porque, não existem tantas coisas misteriosas para se desvendar dentro da escola. Existe uma grande semelhança com Harry Potter, inclusive com o grupo dela, com a rivalidade entre ela e Bianca, nas amizades que ela faz e nos mistérios da diretora da escola e da própria escola em si, mas não diria nunca que foi algo copiado, a proposta é diferente, embora assemelha-se em pontos, se difere em outros importantes, logo, não é cópia. 

Um dos grandes destaques da série, em particular, é a trilha sonora, comandada pelo genial Danny Elfman, além de elevar a experiência imersiva, conta com outras músicas também, um grande destaque para Nothing Else Matters, cover do Metallica, feito pelos integrantes da banda Apocalyptica, que mandam muito nos Cellos. 

A fotografia da série é muito característica das obras de Tim Burton, que consegue manter o tom gótico, sombrio e tétrico mesmo com cenários e personagens coloridos e, aparentemente, vivos, o que, também, ganha bastante destaque, foi fazia um tempo que não tínhamos a sensação de esquisitice que tivemos em Alice. 

A série é carregada de nostalgia para aqueles que já conheciam os filmes e séries da família do terror mais amada do mundo, pois personagens icônicos aparecem, como o mãozinha e tio Chico, que dão um ar da comédia que esperávamos dessa produção.

É uma boa produção, bem feita, com carga emocional, enredo adolescente, mas também, elenco interpretando adolescentes, tem nostalgia, tem novidades, tem características de Tim Burton, tem características de Netflix, tem uma abertura muito boa, enfim, é algo que é um entretenimento, para assistir e não levar a série a sério. 

Recomendo que assista e tire suas conclusões, mas pode assistir sem medo de demônios de outra dimensão entrarem em sua casa. Continue sempre caminhando para ser um Terráqueo com Mentalidade Celestial!