O que acontece quando juntamos sete jovens com super poderes, colocamos todos em uma casa, vivendo como irmãos, com um pai ausente, um mentor que é um chimpanzé falante e uma mãe robótica? Resultamos em uma família completamente disfuncional, que tem como objetivo principal, combater e impedir o fim do mundo... algumas vezes.
Esse é o resumo básico de The Umbrella Academy, série original da Netflix, baseada nos quadrinhos de Gerard Way e ilustrada pelo brasileiro Gabriel Bá. Uma série com duas temporadas que explora cada individuo da família adotiva, seus poderes, seus dilemas, seus problemas e como tudo isso influencia nos relacionamentos pessoais e feitos heroicos, ou quase, pois nesse universo, não existe um herói fundamentado no heroísmo, como vemos nos quadrinhos da Marvel ou DC, então não espere ver comportamentos de Superman ou Capitão América.
Falando um pouco sobre o enredo da série que, na primeira temporada, teve 75% de aceitação no Rotten Tomatoes, e 96% no lançamento da segunda temporada, é claro que a série é baseada em quadrinhos, pois o enredo é muito bem montado, bem fluído, mesmo as partes que chamamos de fillers, aquelas partes que não tem tanta importância para a história central, não são cansativas e até dão um toque especial ao enredo.
Claro que, como toda produção atual, temos as representatividades na série, a defesa da força da mulher, dos negros e de gênero estão presentes, mas não é o tema central e a série não se baseia nisso para concluir qualquer coisa, elas existem, pois as pessoas precisam saber que não importa o que elas escolham ser, elas tem um papel importante na sociedade, e é verdade, todas as vidas importam.
Com esse enredo fluido, temos a grande e importante participação da trilha sonora, que é simplesmente fantástica, me lembrando produções tipo Guardiões da Galáxia, Watchmen e Esquadrão Suicida, que a trilha sonora se destaca pela escolha das músicas, o encaixe nas cenas e imersão da história e as letras encaixam incrivelmente bem, enfim, nada que não esperemos de uma produção de sucesso da Netflix.
Sobre a Fotografia da série, o que posso falar é que é o cenário do sul dos EUA nos anos 60, muito verde, fazendas, campos, cidades, carros antigos, fumaça das máquinas, veículos e fumantes, com isso, a ambientação da série está realmente incrível.
Não posso falar muito sobre a série, pois teremos spoilers, sei que não é legal estragar a experiência de vocês que, com certeza, vão assistir, mas quero ressaltar alguns pontos que me chamaram muito a atenção na série, o primeiro deles é o fato do cuidado com o efeito Borboleta, pois, para solucionar um problema, os irmãos voltam no tempo, porém o problema os segue, afinal, eles mexem na linha do tempo, não importa quando eles estão hehe
Outro ponto é uma frase de Luther para Alisson, ele diz “Nós somos diferentes dos outros, somos especiais, não podemos ter uma vida normal, aqui ou em qualquer lugar. É injusto eu sei, mas nós arriscamos tudo para salvar a todos. É o traço mais evidente da nossa família, Esperança”.
Inspirar as pessoas a criar e alimentar a esperança dentro de seus corações é uma tarefa muito heroica, afinal, não é qualquer um que consegue achar a veia certa para a pessoa ter a esperança correta, aquela que é fundamentada nos valores eternos e não morre no final, mas sim, se torna fé de algo melhor, é realmente um ato de um herói.
Outra frase que eu quero ressaltar da série é a cena que Bem conversa com Vanya em um certo momento, quando ele diz “Você foi tratada como uma bomba antes de ser uma bomba, você tem todo direito de estar brava, irritada, triste, porém, você não é um monstro, você é minha irmã e não está mais sozinha, está conosco, somos família”.
Família é mais que apenas um laço sanguíneo que liga pessoas diferentes, família tem a ver com adoção, com laços de alma, com ligação, com afinidade, com confiança, com amizade. Essas e mais algumas características da família são retratadas na série, tanto entre os irmãos quanto com os novos personagens que aparecem na trama e são muito legais na adição e complemento do enredo.
Recomendo MUITO a série, é uma das grandes produções da Netflix, onde os detalhes contam. E, por mais que pense que produções com representatividade não passem mensagens positivas, tenha a mente ligada nas nuances da criação de Deus e no que realmente importa, pois esses complementos não fazem o todo e o todo é uma grande obra de arte para entretenimento e diversão.