O Diabo de Cada Dia - Bando de Quadrados
O Diabo de Cada Dia
Review - Filme

O Diabo de Cada Dia

TATO CAMPOS - 04.10.2020 14:57
    
3 min. de leitura

Essa semana assisti ao filme O Diabo de Cada Dia, produção original da Netflix que traz um mega elenco para um filme que conta com um enredo múltiplo de histórias aparentemente desconexas que se entrelaçam para o desfecho da história principal.

O filme se passa no período entre a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã, geograficamente em Ohio e segue alguns personagens dessas tramas aparentemente não conectadas. Conhecemos William Russel, sua esposa e seu filho, Arvin Russel, que é tremendamente traumatizado pelos atos do pai, que voltou da guerra e, pelo trauma causado, é atormentado e se vê em uma busca insana por Deus, depois que sua mulher cede ao câncer. A religiosidade é tamanha que o homem é capaz de sacrificar e crucificar o cachorro da família para pedir a cura divina.

Enquanto o menino Arvin Russel cresce sem os pais, conhecemos então Carl e Sandy, um casal um tanto quanto estranho, pois o marido gosta de tirar fotos sensuais de sua mulher com outros homens, esse é um dos plots twits que é mais interessante no filme, falando sobre a depravação e frieza do ser humano ao desejar e planejar a maldade contra vidas alheias, sem medir suas consequências.

Somos apresentados a alguns reverendos também, Roy e Preston, que são mensageiros do Senhor, pelo menos aparentemente né, pois usam dos ensinamentos que achamos na bíblia para benefício próprio e para justificarem seus atos desumanos contra vidas inocentes, clamando a ação divina onde apenas existe ego humano reinando.

Não me aprofundarei muito para não dar muitos spoilers, pois não quero estragar a experiência de assistir a construção do enredo, que é muito bem amarrado, com uma direção incrível e uma história muito bem contada, os personagens estão muito bem caracterizados, não apenas pelo figurino, mas as atuações são extraordinárias, além disso, a trilha sonora, que não é muito chamativa, ajuda demais na imersão e abraça o telespectador no ambiente pós-guerra do final dos anos 50 e começo dos anos 60.

A fotografia do filme é excelente, com cenários das famosas lanchonetes que serviam café da manhã, aos carros, lojas de conveniência, fazendas e casas da época, tudo muito bem retratado, ajudando no entrelaçar das histórias.

Então vemos o desenvolver de um personagem que se torna quase que um vigilante buscando a justiça contra essas pessoas que planejam o mal e usam de discursos santos para seu próprio benefício. E é o highlight do filme, o que precisamos seguir então? Líderes com discursos maravilhosos? Pregadores exagerados em suas falas e extravagâncias em seus atos, provando que são super-homens em Deus? Ou ainda, seguiremos o nosso próprio caminho buscando a real justiça contra esses homens falhos, mesquinhos, egoístas e fúteis, que idolatram a eles mesmos usando de argumentos bíblicos para seu bem?

A resposta certa é nenhum, todos somos humanos e todos somos destituídos da glória de Deus por sermos pecadores, e somente pela obra santificadora de Jesus, o Cristo, mediante a fé do homem nEle e na aceitação da paternidade de Deus, o Criador, é que somos salvos, adotados como filhos e colocados no caminho que é a verdade e leva a vida.

É um filme que recomendo apenas se você não for alguém com estômago fraco, que não ligue para cenas fortes, que tenha uma mente mais aberta a não julgar e querer bater em todos os personagens doentios, tenha mais que 18 anos, importante  ressaltar que a classificação indicativa é feita para ser respeitada e saiba sua identidade em Cristo e tenha plena consciência de que não podemos ir na onda dos ventos de doutrina que nos aparecem inúmeras vezes tentando nos ganhar pelas emoções e não pela obediência a Deus de sermos filhos por amor e servos por escolha, amigos pela adoção dEle e escravos do amor por escolha própria.

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