Uma jornada de autoconhecimento, evolução pessoal e jornada do herói, assim podemos classificar a série Cavaleiro da Lua, que segue a história de Marc Spector, o alterego do Cavaleiro da Lua, que é avatar do deus da lua egípcio, Konshu, e também é interpretado por Oscar Isaac em uma de suas melhores performances que já vi, o ator, que também é produtor executivo soube como interpretar alguém que tem transtorno dissociativo de personalidades de uma maneira tão incrível que as personalidades são muito distintas entre si, deixando os telespectadores maravilhados com a complexidade da obra.
Vimos essa ideia do caminho interior em Wandavision, Loki, Hawkeye e agora em Cavaleiro da Lua, mas nessa série a Marvel elevou o nível, colocando a série como uma viagem psicodélica de um paciente psiquiátrico… (referência no trocadilho proposital). Nessa viagem, somos apresentados a Marc Spector, Steven Grant e Jake Lockley, as personalidades do Cavaleiro da Lua, também conhecemos o vilão Harrow, a companheira do herói, Layla, e a divindade Konshu, um deus egípcio que leva à justiça aqueles que escolheram andar pelo caminho do mal.
A trama gira em torno de Marc, que precisa conviver com outra personalidade que ele vem a conhecer e interagir, assim como, lidar com as consequências de ser um arauto, ou avatar, de um deus que tem como missão, punir os que exercem o mal. Muitas vezes, vemos que Marc, ou Steven, antes de se conhecerem, viviam como pessoas que apresentavam problemas psicológicos, como síndrome do sono, ou algo parecido que os faziam ter apagões e não saber diferenciar a realidade dos sonhos.
Entre os muitos cenários da série, é bem interessante destacar a mudança e a edição de transição entre Egito, Pirâmides, Cavernas, com cidades, trânsito, perseguições urbanas e tiroteios entre muros e prédios, pois causa a estranheza necessária para entender um pouco do personagem, que tem sua roupa feita em CGI, que, é claro, que não é tão excelente quanto nos filmes, porém, é muito bem feito e bem real para uma série.
Não apenas o personagem é assim, como os deuses que aparecem, os poderes e muitos outros efeitos são usados, deixando a série com um tom de magia e sobrenatural do início ao final da primeira temporada, que conta com seis episódios que são o suficiente para bugar nossa mente algumas vezes.
A trilha sonora é boa, porém não apresenta nenhuma música icônica, cumprindo seu papel de ajudar na imersão completa da série. Uma das partes que realmente chama a atenção é a profundidade cultural da série, pois Steven Grant é um especialista em Egito Antigo, então temos muitos detalhes sobre a mitologia, história, costumes entre outros pontos que são bem interessantes para a ambientação geral da produção.
Algo que também é legal nessa série é a construção dos personagens, que acontece gradativamente, porém de forma rápida e consistente, muito embora exista o famoso episódio do manicômio, que mexe um pouco nas estruturas da produção, porém explica muita coisa e nos faz ter muita empatia com vários personagens apresentados ali, incluindo o protagonista e suas personalidades, sua parceira Layla e o vilão Harrow.
Mesmo com o ar misterioso de sobrenatural, realidades física e espiritual se chocando e muitas divindades aparecendo e tendo participações interessantes para a obra, vemos que a série realmente foca no drama de carregar o fardo de ser um herói que representa uma entidade que não é bem vista e, além disso, ter que lidar com a convivência das personalidades.
Personalidades que têm uma química muito boa entre si, quando Steven e Marc se aceitam e se conhecem de verdade, logicamente que temos a atuação incrível de Oscar Isaac, fazendo papéis diferentes com vozes diferentes, sotaques diferentes e inclusive, expressões faciais e corporais completamente diferentes, o que deixa a série muito melhor.
A fórmula Marvel funciona mais uma vez, com um final de nota média, para que um arco seja fechado e outras portas sejam abertas para possíveis continuações ou participações do personagem em outras produções do estúdio. Mesmo que, recentemente, houvesse uma notícia de que não teremos uma segunda temporada (possivelmente), a esperança de vermos o Cavaleiro da Lua nas telinhas ou telonas ainda vive em nós, principalmente depois de Jake Lockey tendo aparecido e ainda sendo desconhecido por Marc ou Steven.
É uma série muito interessante, recomendo muito assistir, inclusive se você, caro leitor terráqueo, for um cristão, pois você tem a responsabilidade de ser um avatar do Deus vivo, um arauto do Rei, um representante do Reino dos céus aqui na Terra.
Assista, tire suas conclusões, não destile ódio e seja um Terráqueo com Mentalidade Celestial!!