Cruella é o novo filme da Disney, que foi lançado no Premier Access do Disney+ e conta a história da icônica vilã da animação 101 Dálmatas, porém, antes dos acontecimentos do filme e antes dela se tornar Cruella De Vil.
O filme é ambientado em Londres, nos anos 70, na crescente revolução do punk rock. A história segue uma jovem vigarista chamada Stella. Jovem inteligente, criativa e determinada a fazer seu nome através dos seus designs.
Pela sua genialidade, ela chama a atenção da Baronesa Von Hellmann, uma lenda do design fashion que é devastadoramente chique e assustadora. Entretanto, o relacionamento delas desencadeia uma série de eventos e revelações que acabam por mostrar a Stella que a melhor opção será abraçar seu lado louco e mau, para ter os problemas resolvidos.
O novo filme da Disney é interessante pois mostra como a devastadora Cruella nasceu, quais foram as motivações da vilã, quais acontecimentos a levaram a ser do jeito que é, o que aconteceu com ela antes de ser a icônica malvada que nós conhecemos, que deseja tanto roubas os filhotes de Dálmata para fazer casacos de pele.
É um filme que tem tom dos anos 70, características de filme dos anos 70, alguns efeitos meio forçados, mas não podemos forçar nada né, um bom filme que tem a pretensão de ser um Joker para menores, o filme tem classificação indicativa para maiores de 12 anos e mostra a história que “justifica” toda a maldade da vilã.
Devo dizer que o ponto alto do filme é a trilha sonora, que conta com músicas icônicas e muito características da época e os arranjos são demais também. é uma trilha sonora que vai além das músicas instrumentais para a ambientação do filme, contando com Beatles entre outras bandas com muito Rock e Punk Rock que beira a rebeldia da época e fa personagem.
O filme em si é bem legal, bem montado, bem caracterizado, as atuações estão boas, o sotaque inglês é muito bonito para quem assiste o filme legendado, o som está bem editado, a fluidez e fotografia do filme também é legal, bom produto final.
O que chama a atenção mesmo é a trilha sonora, e a trama do filme, por colocar a vilã em uma posição de vítima da sociedade, assim como Joker e outros filmes com foco no vilão, e isso tem resultado em grandes estreias e grandes bilheterias, creio que seja pelo fato dos protagonistas conseguirem se rebelar contra o sistema que tanto lutamos nas redes sociais.
Mas a busca por colocar vilões em um pedestal é uma faca de dois gumes, por um lado, entender as motivações do vilão e ver seus ideais é algo interessante e mercadologicamente bom, mas por outro lado, tirar o foco dos heróis e de quem usa suas habilidades em atos altruístas têm tornado os heróis chatos e os vilões legais.
O perigo mora nessa mudança de papéis, onde temos pessoas boas que são chatas e pessoas más, que são legais. Trazendo um balanço diferente do senso de justiça e ética para o ser humano. O modelo está mudando, usar de meios não convencionais para fins egoístas está em alta, ter os resultados sem medir consequências e sair ileso de todas as situações está fazendo muito sucesso, será que é realmente saudável a corrida pela maldade?
Recomendo o filme como forma de entretenimento, porém, o pensamento crítico é sempre mais recomendado que tudo, sendo assim, que o entretenimento possa cumprir seu papel de entreter e as lições possam ser absorvidas, mesmo que sejam negativas, lições são lições, a menos que o estudo da ética da vida não esteja ativa, então leia e estude as Escrituras Sagradas, para que tenha base sólida para o entretenimento não dominar sua vida.