Um review que, aparentemente, até pode ter chegado atrasado, porém, como o tempo tem percepção relativa e estamos falando de seres eternos e que estão na Terra há muitos mil anos, logo, o conceito de atraso também é relativo, não é mesmo? hahaha
Brincadeiras a parte, vamos falar do novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel, Eternos, um filme que eu definiria como filme conceito, pois mostra um grupo de RPG perfeitamente colocados com suas funções, obviamente, todos apresentam seus traços, então vemos guerreiros, magos, tanques, ladinos e afins, vemos lawful, vamos neutral e vemos os chaotics.
Ikaris, Thena, Sersi, Gigamesh, Makkari, Druig, Kingo, Sprite, Phastos e Ajak formam o novo grupo de heróis da Marvel, criados pelos Celestiais (aqueles que já apareceram no MCU anteriormente) para ajudar a humanidade a ser evoluída e popular a Terra. Então começamos a vê-los desde os tempos neardentais até hoje em dia, passando pelo reino da Babilônia, tempos bíblicos, idade média, cruzadas, guerras mundiais e bombas atômicas. Depois de tantos avanços e guerras, alguns dos heróis percebem que os seres humanos gostam mesmo é de matar uns aos outros e resolvem desfazer o grupo, para que em um futuro, eles possam estar juntos novamente.
Um detalhe importante, eles só podem se envolver com os humanos, quando os Deviants atacam, ou seja, uma vez que a ameaça estaria terminada, eles poderiam apenas serem vigias, sem ter permissão de voltar para casa ou ir para qualquer outro lugar, e quem seria louco o suficiente para desafiar as regras do Criador, não é mesmo? Somos apresentados, então, a um Deviant, ou desviante, que está diferente dos que fomos apresentados previamente, este conseguiu evoluir e se adaptar a uma nova ameaça a raça dele.
Os Eternos precisam se juntar novamente, pois Ajak, a Eterno Prime, vivida por Salma Hayek, é assassinada e sua habilidade de cura é absorvida pelo deviant, que parte em uma jornada de vingança, atrás dos Eternos. Obviamente que vou parar por aqui, pois, se continuar a contar a história seria muito spoiler para quem não viu e para quem viu, seria apenas um resumo do filme, então vamos a nossa análise.
É um filme que tem enredo baseado na história principal que acontece hoje, porém muitas ações são consequências de escolhas do passado, ou seja, é um filme que conta com inúmeros flashbacks, para poder sustentar a linha principal da trama. O que não é ruim, nem um pouco, pois a teia da história vai se desenrolando enquanto está sendo contada, eu, particularmente, gosto muito quando é assim, porém, a história precisa ser muito bem amarrada. O que vemos em Eternos é uma história bem contada, porém com um primeiro e segundo arco arrastado, assim como acontece em Duna (que por sinal está na lista de filmes para aparecer por aqui).
Um dos pontos altos do filme, particularmente, foi o começo do filme, que a famosa abertura dos filmes da Marvel é feita ao som de Time, do Pink Floyd, então o filme já ganhou um espaço em meu coração, pelo gosto musical, assim como Guardiões da Galáxia e Suicide Squad (o primeiro) que tem excelentes escolhas de músicas para sua trilha sonora. Porém, as demais músicas e trilhas instrumentais são muito interessantes, temos até mesmo BTS, o grupo de K-pop, com sua música Friends fazendo sua aparição e adição na trilha, embarcando na jornada de imersão cinematográfica que a Marvel sabe construir.
Com uma CGI digna de Marvel, temos uma edição muito boa, transições que fazem sentido e até mesmo quando os flashbacks aparecem, são algo bem colocado, o filme fica fluído, embora tenham inúmeras teorias de furos no roteiro e pontos sem explicações dos acontecimentos dos outros filmes, creio que Eternos venha para unir uma outra realidade da Marvel, agora que fomos apresentados ao multiverso e outras versões da Terra e de outros planetas, galáxias e universos.
A fotografia do filme é muito bonita, embora seja na Terra, tiveram cenas em vários lugares diferentes do Globo, inclusive na floresta Amazônica, fortalecendo os ambientes diferentes que vemos no filme. Outro ponto muito interessante é o elenco, que mistura astros consagrados ao cinema com novos rostos e até rostos que não lembrávamos muito bem. Os personagens foram bem pensados e bem construídos para ter um grupo multicultural que, mesmo que disfuncional, trabalham bem, juntos!
Um filme passagem que é importante para a fase nova dos filmes e séries que a Marvel está planejando, porém, não vá esperando um filme de origem como Shang-Chi, ou uma obra grandiosa como Ultimato, mas espere um bom entretenimento e um bom filme, como disse no começo, um filme conceito, que tem arcos explicativos e depois apresenta a ação, em outras palavras, tem mais blablabla que luta, porém, não é ruim, pelo contrário, é um filme bom, um filme que mostra que até mesmo os seres Eternos, mais poderosos da Terra estão suscetíveis a serem imperfeitos e incompletos por si só, sempre buscando um propósito maior.
Propósito é a palavra do filme, o que nos move e o que nós buscamos como motivo para viver e morrer é o que nos faz levantar da cama todos os dias para enfrentar monstros e matá-los para que possamos ter um sentimento de pertencimento. Mas falo mais sobre isso na Palavra Nérdica do filme.
Recomendo o filme, principalmente se você é fã da Marvel, fã de cinema… Vá e tire suas conclusões sobre a qualidade e relevância do filme para você! Não vá atrás de críticas sensacionalistas ou polêmicas criadas em cima de fatos isolados. Seja um Terráqueo com Mentalidade Celestial e analise tudo, retendo o que é bom!