E fomos na pré-estreia de Thor Amor e Trovão para assistir esse, que promete ser um filme de encontros pessoais e interpessoais, uma jornada nova para o deus asgardiano para que ele ache suas origens e consiga acender a chama de viver novamente, achar seu propósito de vida e ser o que ele nasceu pra ser.

O primeiro ponto que quero mencionar é que a Marvel não está mais fazendo filmes de heróis, pois todos já conhecem as origens e estão cansados de ver que um herói nasce depois de um momento trágico ou traumático e assim, ele usa seus poderes para lutar contra as forças do mal e todo o blábláblá que a gente ama muito, porém a empresa sabe que ela está atingindo um novo público, uma geração nova, estamos na era da informação.

Com isso em mente, não espere ver um filme da Marvel nos moldes da primeira e segunda fase, pois ela achou uma maneira inusitada de colocar sua “Fórmula Marvel” de cinema em outros sub-gêneros, como Thor Amor e Trovão, que é uma comédia romântica, boa, mas não é um filme de ação e aventura, como os dois primeiros do Thor, que, aparentemente, não foram bem recebidos pelo público e crítica, tão bem quanto Ragnarok e Love and Thunder. 

Bom, isso não é algo negativo, se formos pensar, a Marvel está repensando como não deixar seus personagens desaparecer em mais de uma mídia, embora ninguém morra realmente nos quadrinhos, no cinema não é bem assim que acontece, já perdemos alguns dos heróis mais marcantes do MCU, afinal de contas, o tempo passa para todos e os atores envelhecem e não podem ficar em um papel que, teoricamente, não envelhece. 

Algo que realmente destaca no filme Thor Amor e Trovão é a trilha sonora, usando e abusando de Guns n Roses, colocando músicas icônicas como Paradise City, Welcome to the Jungle, Sweet Child of Mine, November Rain e mesclando com a trilha do filme, que é muito Rock n Roll, levam os fãs mais velhos a uma nostalgia auditiva do bom e velho Rock, e apresenta aos novos fãs um som que não é 15 segundos em um vídeo de dancinha na plataforma de vídeos que tem nome parecido com balinha, o Tik Tok. 

Mas será que é só a trilha sonora que está boa nesse filme? Não, obviamente como podemos esperar da Marvel, os visuais estão simplesmente incríveis, todos os ambientes super detalhados, as CGIs estão boas, a fotografia do filme, muito embora, saibamos que tenha sido quase toda feita em computador, está muito bonita, as ambientações e edições também estão bem interessantes, trocas de cenários e viagens com um barco voador puxados por bodes gigantes espaciais que gritam iguais as cabras famosas da internet são muito legais e dão muita vida para a produção. 

Os figurinos também estão muito bons, com novos visuais para Thor e Poderosa Thor, trazendo um ar de clássico, porém novo, armaduras mais voltadas para a cultura nórdica fantasiosa mesmo, algo bem interessante. Outro ponto a se ressaltar foram os easter eggs, como já mencionei que é um filme bonito de se ver, é legal prestar atenção nos detalhes, nas homenagens a outros personagens, nas aparições breves, no fanservice e nos detalhes mínimos que já são esperados de uma produção da Marvel. 

Não vá esperando ver um Thor do começo do MCU, de Thor, ou de Thor Mundo Sombrio, mas também não é como o Thor de Ragnarok, ou até o Thor de Ultimato, que para mim é uma das melhores interpretações dele, mas é uma fusão do Thor de Ragnarok com o Thor de Ultimato, pois vemos um Thor forte, mesmo que tenha se mostrado meio fraco, as vezes, sem aquele poder todo de Wakanda, mas alguém intransponível por fora e quebrado por dentro, então ele ergue uma parede como o Chandler de Friends, e faz muita piada em todas as horas, inclusive nas horas inapropriadas para humor, então se você não gosta de piadas, vai reclamar assim como reclamou em Ragnarok, porém, eu gosto muito, inclusive faço piadas em horas inapropriadas na vida, e é um problema até hahaha mas eu gosto da postura, pois no final, temos que nos encontrar e saber se as piadas são realmente só humor mesmo ou são formas de nos proteger ou defesa de algo que criamos. 

As lutas são bem coreografadas, as sequências são interessantes, o enredo em si, é bom, não é tão envolvente e emocionante, mas temos a presença da emoção, principalmente no arco do vilão Gorr, que tem um peso muito grande no filme e parabenizamos Christian Bale pela atuação incrível que nos apresenta nesse filme, ele realmente se entrega ao papel de insano e religioso hipócrita para ser um vilão sensacional, que não é muito aproveitado no filme, afinal é um filme do Thor, não do Gorr, mas com certeza é alguém que aparecerá por aqui pelas lições que nos ensina. 

É uma nova fase da Marvel, da famosa Fórmula Marvel que não existe oficialmente, mas a fé das pessoas faz com que ela seja real, o cinema vem mudando, e os filmes não estão mais muito interligados, como era na fase 1 ou 2, convergindo em um arco muito maior, como a saga do Infinito, é perceptível que Thor Amor e Trovão não é uma continuação que gera peso para a história de Ultimato, se bem que nem sei se a Marvel quer continuar com essa história, às vezes acho que somos muito apegados às coisas e esquecemos do material humano que é o que agrega valor nisso tudo.

Enfim, é um bom filme de um bom personagem que é um dos poucos da fase 1 que ainda está na ativa e vai voltar para outros filmes, o que é muito bom, pois são anos e anos interpretando o mesmo personagem, levando o envelhecimento e amadurecimento dele para as telas, algo interessante de se ver, talvez tenhamos um Old Man Thor vindo por aí, mas não sei mesmo o que esperar da Marvel quando o assunto é o deus do trovão, que aparentemente abriu as portas para outros seres divinos de outras mitologias e planetas. 

Vá assistir sabendo que não será um filme de herói, mas sim, uma comédia romântica com ação e aventura que tem super heróis e um arco muito “Um Amor Para Recordar” entre Thor e Jane, temos o futuro de Asgard traçado e seguro pela nova geração que apareceu, assim como no final de A Ascensão Skywalker que aparecem crianças sensitivas a força, a Marvel está assegurando cinema para outra geração, com arcos mais infantis (TALVEZ).

Talvez você esteja se perguntando se o filme contêm algum tipo de “lacração” e se por lacração você esteja se referindo a algum tipo de empoderamento, sim, existe, mas são apenas duas cenas e não aparece nada, inclusive é um gatilho para sabermos que Valquíria está se afogando em álcool por não ter alguém especial em sua vida, nos leva até um momento de empatia para com a personagem, mas não é o foco do filme, não vai levar ninguém para o inferno, para um cristão não é o normal, mas é o comum, e como estamos inseridos no mundo, é a realidade, retenha o que é bom para você no filme, isso pode ser um gancho para que consiga conversar com alguém e consiga viver o verdadeiro evangelho a ponto de ser a bíblia para as outras pessoas que não a lêem.

É um filme que recomendo sim, faz parte do MCU, tem Rock, fotografia boa, cenários bonitos, heróis, amor, raios, trovões, deuses, deuses sendo ridicularizados, então os pagãos choram ao ver esse filme, (viu, piadas em momentos inapropriados) e DUAS cenas pós-créditos, que trazem um desfecho para a história e nos dão um gostinho do que está por vir. 

Não é o melhor filme da Marvel e acho que a Marvel nunca terá um “o melhor filme” mas está bem longe de ser ruim. Um bom entretenimento com uma história normal, com um tom de correria, assim como em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, estou notando que a Marvel está jogando muita informação em pouco tempo de filme, o que me faz refletir sobre a necessidade de prender o público com muita coisa acontecendo para que não haja um abandono de barco nos filmes.

Enfim, vá com a família, vá com cônjuge, vá sozinho, com amigos, ou espere sair na plataforma de streaming, mas assista e tire suas conclusões. Se estiver com muita dúvida, nem vá, pois isso te deixará mais chato, e é algo que não podemos ser, ninguém quer estar com pessoas chatas. Seja sempre um Terráqueo com Mentalidade Celestial que tudo terá uma ótica diferente em sua vida!